Manjar do Marquês ninguém faz um arroz de tomate como D. Lurdes seriam precisos mais de 60 anos a apurar o sabor

 Ninguém faz um arroz de tomate como D. Lurdes, porque seria preciso passar (como ela) mais de 60 anos a apurar o sabor. 


Na terra onde o Marquês acabou os dias, em Pombal, nasceu um dos ícones da gastronomia em Portugal, O Manjar do Marquês.


Sempre que passamos na zona de Pombal gostávamos de ir ao Restaurante do Marquês, petiscar os fritos e o delicioso arroz de tomate, porque  conhecíamos o Sr. Evangelista que faleceu inesperadamente em 2002. 

 


O mitico Manjar começou nos anos de 1960, no bar das bombas de gasolina da Shell, onde se vendiam pastéis de bacalhau às dúzias. D. Lurdes fazia-os em casa e só mais tarde se mudou para a cozinha. 


Quem os queria ver era sempre virados para o fogão a fazer os fritos e só se voltavam para o balcão para colocar as travessas recheadas de fritos e também fazer a contabilidade do que as pessoas diziam que tinham comido e, assim construiu um grande restaurante. 


 Era ali que paravam os grandes corredores de automóveis (“alguns hoje ainda são vivos e passam por aqui”, assinala D. Lurdes), políticos, industriais, artistas (foi lá que Herman José conheceu Amália Rodrigues, cliente habitual dos pastéis de bacalhau), a burguesia e a nobreza que ainda se destacavam por todo o território nacional.



Gostavamos de ouvir as histórias de D. Lurdes : “Havia um senhor, brasonado, que parava muitas vezes no bar para comer uns pastéis ou uma posta de bacalhau frito. Um dia pergunta-me: oh D. Lurdes não se arranjava um arrozinho? E eu digo-lhe, oh senhor D. Bernardo, tenho ali um berbigão para fazer para os empregados… só se fizer para si também. O homem foi até Lisboa a falar no arroz. Quando cá voltou, tornou a pedir. Mas eu dessa vez não tinha berbigão, e então fiz só de tomate. Até hoje.” 


Assim se passaram 60 anos a apurar o sabor....



Acrescentamos que depois do falecimento do Sr. Evangelista a coisa já nao é o que era, agora até o arroz de tomate que era malandrinho deixou de ser á discrição e passou a ser á dose. 

Infelizmente perdeu-se a essência  da coisa.

( Medernices ) 🙂

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